quarta-feira, 16 de junho de 2010

Bacalhau gratinado com purê de batatas.

Esse é bom!!! Aprendi com o Gil, um amigo que é um grande cozinheiro, vcs vão ver mais receitas dele por aqui!
O caso é que fiz algumas adaptações e nem lembro mais se a receita dele tem esses moldes, mas eu faço assim e fica bom, garanto!

Então vamos lá, vou dividir os ingredientes em 3 partes para facilitar.

1 - INGREDIENTES PARA O(A) COZINHEIRO(A):
3 GARRAFAS DE CERVEJA COLORADO CAUIN PILSEN “para tomar antes durante e depois preparo!!!” Quem não conhece essa cerveja, clique aqui.

2 – INGREDIENTES PARA O PURÊ DE BATATAS:
6 batatas
Leite
Manteiga aviação com sal
Sal

3 – INGREDIENTES PARA CREME DO BACALHAU:
800 gramas de bacalhau dessalgado EM LASCAS
2 talos de alho poró
8 dentes de alho
1 cebola
200 gramas de queijo catupiry
1 lata de creme de leite
300 gramas de parmesão fresco ralado
100 ml de vinho branco
Salsinha e cebolinha
Azeite
Sal
Pimenta

Preparo:
Faça um purê de batatas e reserve (acho que a maioria sabe fazer purê de batatas, certo?)
Tempere o bacalhau em lascas com azeite e pimenta do reino.
Em uma frigideira grande coloque o azeite e refogue o alho, quando estiver dourado acrescente a cebola, deixe de fritar um pouquinho e coloque o bacalhau; deixe fritar bem, ele vai soltar um pouco de água. Deixe em fogo alto e vá mexendo até a água desaparecer do fundo da panela.
Coloque o alho poró, em seguida o vinho e deixe reduzir.
Acrescente o catupiry deixe derreter ate formar uma pasta.
Desligue o fogo e misture o creme de leite e salsinha.
Unte um pirex com azeite, faça uma camada com o creme do bacalhau, depois coloque o purê de batatas por cima, coloque o queijo parmesão sobre a superfície do purê e leve ao forno para gratinar.
Se preferir, coloque o pirex dentro de uma assadeira com água para evitar que os ingredientes grudem no fundo.
Deixe no forno bem forte alto ate gratinar.
Tempo suficiente para isso deve ser uns 25 minutos em média.




Vale à pena experimentar!!!

DICAS PARA TEMPERATURA DO FORNO:

80°C a 120° - Morno (temperatura de estufa)
140°C a 150° - Bem baixo
160° - Baixo
170°C a 190° - Moderado/Médio
200°C a 220° - Forte/alto
Acima de 220° Bem forte /bem alto

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Hoje eu gostaria de agradecer a visita de todos, em especial aos seguidores, e principalmente ao Mano Nelson, marido da JACÚ Cláudia, que confiou e executou a receita do creme nos mínimos detalhes, como vcs podem ver nas fotos abaixo:



Muito obrigado mano!!!!

Espero que vcs continuem participando e principalmente testando as receitas, e se alguém tiver alguma sugestão de receita terei prazer em testar e postar aqui tbem, assim vamos descobrindo juntos esses muitos sabores.

Aguardem, que essa semana tem um bacalhau que fiz para a CACÁ no dia dos namorados.

E como o assunto vai ser bacalhau, segue um link de uma receita que vi na TV UOL e ainda não testei, se alguém quiser testar primeiro, clique aqui.

Abraços

sábado, 12 de junho de 2010

CREME DE MANDIOCA COM CARNE SECA.

Aqui vai a primeira receita do meu blog.
Eu não sou adepto de sopas e por isso, quando preparo um caldo, que seria o caso dessa receita, prefiro ele bem consistente, quase um purê -  por isso eu chamo de CREME.

Ingredientes:
700 gramas mandioca       
350 gramas carne seca
150 gramas de parmesão fresco e ralado na hora do preparo   
06 dentes de alho              
1/2 cebola grande
300 ml de creme de leite fresco
1 tablete de caldo de legumes
Salsinha e cebolinha
Sal e pimenta do reino a gosto
100 gramas de manteiga Aviação

Preparo...começa com uma cerveja! Abra uma latinha de Bohemia e dê a primeira golada....  depois...

Coloque 1 litro de água na panela com o caldo de legumes quando a água estiver fervendo coloque a  mandioca e deixe cozinhar.
Quando a mandioca estiver bem cozida desligue o fogo e coloque a mandioca com a água da panela no liquidificador. Bata até processar toda a mandioca.
Coloque um pouco de azeite na panela e refogue a cebola e o alho.

Abra a segunda lata de Bohemia... e depois...

... despeje a mandioca batida nessa  panela e deixe em fogo baixo para reduzir até o ponto de creme - tem que ficar bem grosso, pq vamos acrecentar o creme de leite no final do preparo.
Pegue a carne seca ja dessalgada e desfie no processador ou com o garfo.
Se preferir, pode deixar alguns pedaços de carne seca, mas tem que ser bem pequenos.
Em uma frigideira, coloque a manteiga e frite a carne seca. Depois de frita reserve 10% da carne seca para decorar o prato, o restante misture com o creme.
Coloque o parmesão ralado no creme, acrescente o creme de leite mexendo sempre em fogo alto,
coloque a salsinha e cebolinha, acerte o sal e a pimenta.
Quando estiver bem quente, vc pode servir.

Abra a terceira lata de Bohemia escura... e depois...

.. Sirva em um bowl, decore a superfície com parmesão ralado, salsinha e carne seca, como aparece na foto abaixo:
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Agora é so saborear!!!
Em dias muito frios a receita é perfeita, e pode ser servida como prato principal. Em dias mais quentes, pode ser servido como entrada ou acompanhada de uma carne assada.

Tempo de preparo:
2  latinhas de Bohemia clara e uma Bohemia escura, ou 40 minutos...

Aprecie com moderação, e se não beber, não cozinhe !!! rsrs
Pra quem entende de vinho (que ainda nao é minha praia), aguardo uma dica para acompanhar esse creme.

Bom, garanto que vcs vão gostar e aguardo as críticas e sugestões.
Se vc fizer, tire uma foto da sua receita e me mande para publicar aqui.
Até a póxima!!!

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Pra começar!

Para inaugurar o blog, escolhi esse texto brilhante de Rubem Alves.

A pipoca
Rubem Alves

A culinária me fascina. De vez em quando eu até me até atrevo a cozinhar. Mas o fato é que sou mais competente com as palavras do que com as panelas.
Por isso tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado. Dedico-me a algo que poderia ter o nome de "culinária literária". Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha: cebolas, ora-pro-nobis, picadinho de carne com tomate feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos.
Cheguei mesmo a dedicar metade de um livro poético-filosófico a uma meditação sobre o filme A Festa de Babette que é uma celebração da comida como ritual de feitiçaria. Sabedor das minhas limitações e competências, nunca escrevi como chef. Escrevi como filósofo, poeta, psicanalista e teólogo — porque a culinária estimula todas essas funções do pensamento.
As comidas, para mim, são entidades oníricas.
Provocam a minha capacidade de sonhar.
Nunca imaginei, entretanto, que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu.
A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem dimensões metafísicas ou psicanalíticas. Entretanto, dias atrás, conversando com uma paciente, ela mencionou a pipoca. E algo inesperado na minha mente aconteceu. Minhas idéias começaram a estourar como pipoca. Percebi, então, a relação metafórica entre a pipoca e o ato de pensar. Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e imprevisível.
A pipoca se revelou a mim, então, como um extraordinário objeto poético. Poético porque, ao pensar nelas, as pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como aqueles das pipocas dentro de uma panela. Lembrei-me do sentido religioso da pipoca. A pipoca tem sentido religioso? Pois tem.
Para os cristãos, religiosos são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria (porque vida, só vida, sem alegria, não é vida...). Pão e vinho devem ser bebidos juntos. Vida e alegria devem existir juntas.
Lembrei-me, então, de lição que aprendi com a Mãe Stella, sábia poderosa do Candomblé baiano: que a pipoca é a comida sagrada do Candomblé...
A pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido.
Fosse eu agricultor ignorante, e se no meio dos meus milhos graúdos aparecessem aquelas espigas nanicas, eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas. Pois o fato é que, sob o ponto de vista de tamanho, os milhos da pipoca não podem competir com os milhos normais. Não sei como isso aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve a idéia de debulhar as espigas e colocá-las numa panela sobre o fogo, esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos.
Havendo fracassado a experiência com água, tentou a gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado.
Repentinamente os grãos começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra-dentes se transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer. O estouro das pipocas se transformou, então, de uma simples operação culinária, em uma festa, brincadeira, molecagem, para os risos de todos, especialmente as crianças. É muito divertido ver o estouro das pipocas!
E o que é que isso tem a ver com o Candomblé? É que a transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação porque devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer, pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa — voltar a ser crianças! Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo.
Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.
Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e dureza assombrosa. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.
Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo, ansiedade, depressão — sofrimentos cujas causas ignoramos.Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.
Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: PUF!! — e ela aparece como outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante.
Na simbologia cristã o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo: a ressurreição é o estouro do milho de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro.
"Morre e transforma-te!" — dizia Goethe.
Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá. Falando sobre os piruás com os paulistas, descobri que eles ignoram o que seja. Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha, que piruá é palavra inexistente. Cheguei a ser forçado a me valer do Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua. Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar.
Meu amigo William, extraordinário professor pesquisador da Unicamp, especializou-se em milhos, e desvendou cientificamente o assombro do estouro da pipoca. Com certeza ele tem uma explicação científica para os piruás. Mas, no mundo da poesia, as explicações científicas não valem.
Por exemplo: em Minas "piruá" é o nome que se dá às mulheres que não conseguiram casar. Minha prima, passada dos quarenta, lamentava: "Fiquei piruá!" Mas acho que o poder metafórico dos piruás é maior.
Piruás são aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.
Ignoram o dito de Jesus: "Quem preservar a sua vida perdê-la-á".A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo a panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.
Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira...
"Nunca imaginei que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu".

O texto acima foi extraído do jornal "Correio Popular", de Campinas (SP), onde o escritor mantém coluna bissemanal.